segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final.
No meio você coloca ideias.

Pablo Neruda

domingo, 25 de novembro de 2012

Jesusalém


Neste romance, Mia Couto conta-nos a história de Silvestre Vitalício através do olhar de Mwanito, seu filho mais novo. 
Silvestre Vitalício vive num mundo muito próprio, não só fisicamente como psicologicamente. Vai para longe da cidade e estabelece um mundo só para ele e os filhos: Jesusalém. Ali todos são rebaptizados numa “cerimónia de desbaptismo”. 
“E fomos convocados um por um. E foi assim: Orlando Macara (nosso querido Tio Madrinho) passou a Tio Aproximado. O meu irmão mais velho, Olindo Ventura, transitou para Ntunzi. O ajudante Ernestinho Sobra foi renomeado como Zacaria Kalash. E Mateus Ventura, meu atribulado progenitor, se converteu em Silvestre Vitalício. Só eu guardei o mesmo nome: Mwanito”. Além destas personagens, há ainda a jumenta Jezibela (criação muito interessante com quem Silvestre Vitalício irá estabelecer uma curiosa relação), e Marta, que sai de Portugal à procura do marido traidor, e que será a peça chave no desbloqueio do romance. 
Com aquela cerimónia dá-se o corte com o passado. Para Silvestre Vitalício não havia passado, nem outro mundo além daquele. “Se não há passado, não há antepassados”. E também não havia mulheres. “Mulheres são como ilhas: sempre longe, mas ofuscando todo o mar em redor”. 
A ligação com o mundo exterior é feita através de Tio Aproximado, que vive na cidade e regularmente vai a Jesusalém levar mantimentos. A relação entre ele e Silvestre Vitalício é turbulenta, e uma das razões é a falecida mulher de Silvestre, que também é irmã de Aproximado. 
Silvestre Vitalício é um homem calado, prepotente e violento, e todos se submetem às suas vontades. Apenas a partir da segunda parte (o romance está dividido em três “livros”), quando surge Marta, é que aquele equilíbrio é quebrado. 
Com personagens bem definidas psicologicamente, Mia Couto traça uma história simultaneamente simples e complexa, com momentos de humor, ternura e violência, e leva-nos para uma realidade muito particular.

domingo, 18 de novembro de 2012

Não resisto a partilhar isto com os leitores que por aqui passam. 
Recentemente participei em dois workshops de escrita criativa, organizados pela Genius y Meios, com a formadora e escritora Margarida Fonseca Santos
Alguns dias depois do segundo workshop, surgiu a ideia de todos os alunos daquele curso fazermos um conto, sendo que cada um só poderia escrever 77 palavras (numa alusão ao blogue da escritora Histórias em 77 palavras). 
Os dois primeiros lotes de 77 palavras já estão. Faltam os restantes 23 escritores
Está a ser um exercício muito divertido, interessante e inesperado. Quando estiver concluído, aparecerá neste blogue.