quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

«Um bom livro deve deixar-nos à beira da exaustão. Nós vivemos várias vidas enquanto lemos.» 
William Styron (1925-2006)

Estou a ler um livro que, nalguns momentos, me deixa com essa sensação.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

O Príncipe e o Pobre



Inglaterra, século XVI.
Tom Canty, um rapaz pobre, serve-se da sua imaginação para escapar às agruras da vida e, entre brincadeiras, cria para si uma vida palaciana cheia de riquezas, alimentada pelas histórias que lê nos livros que o bom padre Andrew lhe empresta.


Chega o dia em que um desses sonhos é mais forte do que ele e resolve sair de casa (se é que se pode chamar de casa a um quarto miserável onde vive com a mãe, o pai, a avó e as duas irmãs) decidido a conhecer um castelo e um príncipe de verdade.
Percorre a cidade até chegar a um estranho caminho que o leva até ao portão de um castelo, mas ao chegar mais perto é brutalmente barrado pelo guarda. Eduardo, o príncipe de Gales, que assiste a tudo, vem em seu auxílio e convida-o a entrar nos seus aposentos. Trocam confidências e o príncipe confessa-lhe que também ele sonha em brincar ao ar livre, longe dos seus deveres protocolares.
Descobrem que são ambos bastante parecidos e, inocentemente, resolvem trocar de roupa e é quando Edward sai do palácio, com os trapos de Tom, decidido a dar uma reprimenda no guarda que acaba por o escorraçar, não o reconhecendo.


E assim começa a aventura de um na pele do outro. Mark Twain serve-se de um e outro para criticar a sociedade da época, tecendo críticas mordazes à vida luxuosa da realeza e da nobreza em geral através de Tom pelo modo como, exageradamente, se vê rodeado de criados que se substituem a ele em todas as suas tarefas diárias, desde o acordar ao recolher (chega a ser cansativo ler a descrição que o autor faz de um gesto corriqueiro, levado ao exagero, como vestir-se).
Enquanto isso, o verdadeiro príncipe, e mais tarde rei Eduardo VI, é arrastado pela multidão, a quem tenta convencer de que é o príncipe de Inglaterra, não conseguindo mais do que gargalhadas e maus tratos. Vestido de andrajos, deambula pelas ruas de Londres, tido como um pedinte, testemunhando actos de crueldade e de violência permitidos e até decretados pelas leis em vigor, ficando genuinamente horrorizado por alguns e ainda com a falta de bondade de uma sociedade que se diz cristã.
Os acontecimentos precipitam-se, bem como o dia da coroação, onde Tom está prestes a ser coroado rei e a reinar de pleno direito. O momento é dramático, mas não deixa de ser comovente o ajuste de contas entre as nossas personagens, estando bem patentes os traços que caracterizam as obras de Mark Twain: a camaradagem e a amizade.

Depois deste curto período entre os clássicos, tenho um pedido a fazer a quem escreve e publica livros: regressem ao que é simples, esqueçam os arrebiques, as figuras de estilo, escrevam como quem fala cativando quem lê e vão perceber a beleza perdida da leitura que flui livremente. Está na hora! Quanto a mim, percebi finalmente…

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Todas as Palavras de Amor

Das leituras da Filomena, esta sugestão:

"Num discurso recheado de sinceridade Alice expressa o que lhe vai na alma à medida que nos cativa...Do outro lado, o emissor, por engano... é padre. A cada chegada das missivas de Alice as dúvidas de António vão surgindo e o lugar do Amor começa a fazer ninho. Um exemplo de que nunca é tarde para recomeçarmos com afectos e sonhos que haviam ficado por realizar. Lindo, profundo e imprescindível a todas as leitoras que gostam de um bom romance. Cartas intrigantes que conseguem manter-nos acordadas uma noite... porque não se consegue deixar as palavras de Amor num envelope."

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Passatempo Paleta de Letras

A Paleta de Letras enviou-nos um mail a divulgar o passatempo 12 meses, 12 livros.
Todos os meses de 2013 há um livro para oferecer. Podem ver a lista de livros neste link.
Boas leituras. Boas participações.


terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

As Minas de Salomão



De volta aos clássicos, começo por apresentar a D. José da Silveira - português - e depois os seus descendentes que, além do nome, não herdaram mais do que o infortúnio de se terem aventurado em busca das famosas riquezas das minas do rei Salomão, não conseguindo outra riqueza além daquelas que povoavam os seus pensamentos, sugando-lhes a vida.
O último Silveira a tentar conseguiu, no entanto, antes de morrer, passar o seu legado, um segredo guardado de geração em geração, nada mais que um rabisco em forma de mapa, num farrapo gasto pelo tempo.

E aqui apresento-vos o invulgar Quartelmar, um caçador e aventureiro q.b., que tendo na sua posse o dito mapa, nunca acreditou na sua autenticidade para empreender uma busca por sua conta o que o tornaria rico. Mas tudo isto estaria prestes a mudar quando conhece o Barão Curtis, um aristocrata inglês e o seu amigo, o Capitão John, que lhe pedem ajuda para localizarem o irmão do Barão, que terá partido em busca das minas, assim dizem os relatos de quem o viu pela última vez.
Quartelmar aceita liderar a expedição em troca de parte do tesouro e, no caso de não voltar vivo, uma pensão para o filho. Firmado o acordo, prepara-se a viagem e com eles parte também Umbopa, um enigmático nativo que nada quer a não ser fazer parte do grupo como carregador.

Atravessar o deserto não se revela tarefa fácil e são muitos os momentos em que perdem a fé e questionam se o mapa será verdadeiro, mas a vontade é férrea e conseguem chegar ao oásis desenhado no mapa e depois ao sopé da cordilheira onde, numa caverna, encontram o cadáver de José Silvestre, o explorador português do séc. XVI que havia desenhado o mapa.
Animados por esta certeza, continuam a marcha e chegam a um vale deslumbrante onde são surpreendidos pelos Cacuanas. Fazendo-se passar por deuses conseguem evitar a morte certa e ser levados à presença do rei Tuala.  Através de Infandós ficam a conhecer a história da sua ascensão do trono, de como assassinara o seu próprio irmão Imotu para subir ao poder, condenando ao exílio o legítimo herdeiro - Ignosi. E, sem surpresa, ficamos a saber que Umbopa é afinal o herdeiro desaparecido que poderá livrá-los da tirania levada a cabo pelo usurpador. Desencadeia-se uma rebelião para derrubar Tuala que cai morto num duelo, às mãos do Barão.

Restituído o trono, os nossos amigos partem finalmente em busca das «pedras que reluzem» conduzidos pela repulsiva Gagula, a única capaz de levá-los ao tesouro mas que, traindo-os, os deixa presos dentro da montanha. Mas como já vem sendo hábito ao longo da história, a providência tem outros planos e conseguem descobrir uma saída e regressar de novo a Lu e ainda encontrar o irmão do Barão que estava preso havia dois anos num oásis, incapaz de se deslocar. A despedida é sentida e embora não tendo conseguido trazer as riquezas imensas de Salomão, voltam todos para Inglaterra com o suficiente para serem considerados homens ricos.

Uma história fantástica, de uma simplicidade marcante!

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Desafio Literário - a outra metade


1. Principais manias como leitor?
Devo ter algumas, se é que se podem chamar manias:
- Colar um post it na primeira página do livro onde aponto as páginas onde li uma frase marcante, uma palavra que preciso descobrir no dicionário, uma personagem/lugar de que preciso lembrar-me, etc…
- Forrar o livro para não estragar a capa;
- Não gosto de dobrar o canto das páginas, sublinhar, pintar ou de qualquer outra forma marcar o interior do livro;
- Se por volta da página 50 ainda não estiver completamente rendida à história dificilmente vou continuar a ler.

2. Lugar a visitar depois de teres lido o livro?
Muitos e todos eles situados no Egipto. Mas pelo andar das coisas, vou continuar a viajar através da minha imaginação e dos livros que vou colecionando sobre o tema.


3. Personagem literária marcante?
Toda a protagonista Mulher e que, contra tudo e todos, tome nas mãos as rédeas do seu destino, desafiando regras e costumes estabelecidos.


4. Filme que não desiludiu depois de teres lido o livro?
Revolutionary Road (2008). O único filme que vi até hoje onde reconheço cada página do livro.


5. Autor nunca lido mas tens vontade de ler?
Arturo Pérez-Reverte ou talvez Erich Maria Remarque, é difícil escolher apenas um.


6. Livro que não conseguiste acabar?
Já lhes perdi a conta. Acredito que quando escolhemos um livro e o retiramos da prateleira, é ELE que escolhe o momento e não o contrário. E por isso, se começo e não acabo tantos livros, é porque simplesmente não era o momento…


7. Tema para um livro da tua autoria?
Encontros e desencontros, palavras soltas que se juntam e quem sabe se não nasce um livro.


8. Citação retirada de um livro?
Passei em revista todos os livros aqui publicados e percebi que não tenho por hábito deixar citações. Assim deixo-vos com a frase:

"Because it's magic. Magic has to be believed. It's the only way it's real."
 e com um livro de onde poderia retirar várias citações.

9. Um livro inspirador?
 O Livro Mágico. Mudou a minha vida, literalmente!


10. Último livro que compraste por impulso?
A Mão Esquerda das Trevas.
Vi um filme em que o protagonista era fã de livros de ficção científica (eu não sou e nem me lembro de alguma vez ter lido algo dentro do género) e menciona este entre outros. A forma como falou do livro no filme fez com que ficasse curiosa, fui ver se tinha tradução entre nós e comprei.