O primeiro romance de João
Ricardo Pedro é notável!
Começo a ler a pensar o que virá
aí...
Com frases curtas, objectivas, cruas, cadenciadas, sou apanhado por este romance vencedor do Prémio Leya de 2011, e primeiro livro do autor. Surpreendente!
Com frases curtas, objectivas, cruas, cadenciadas, sou apanhado por este romance vencedor do Prémio Leya de 2011, e primeiro livro do autor. Surpreendente!
Com capítulos aparentemente
autónomos, que constituem quase mini-contos, João Ricardo Pedro vai bordando a
história de uma família com origem numa terra com nome de animal no lado sul da
Gardunha.
De uma forma simples, crua, leve,
e impetuoso, com humor e comparações surpreendentes, o autor junta episódios,
conta histórias, diverge para algo aparentemente lateral...
A forma como enumera factos,
coisas, situações, semelhante ao que fazia Saramago, confere velocidade à
narrativa e dá-nos vontade de ler mais e mais.
E a surpresa que espreita a cada
frase, a cada parágrafo, lançando momentos surreais no meio da narrativa,
leva-nos a esboçar muitos sorrisos a cada página lida.
O centro do romance acabará por
ser Duarte, o jovem promissor de uma família com muito passado. E é à volta
dele que vão ficando impressas as outras personagens: o avô Augusto Mendes, a
avó Laura, o pai António, a mãe, o amigo pobre... tudo no Portugal dos nossos pais, avós e até um pouco de todos nós.
Tem capítulos que são uma
primorosa obra de arte, como por exemplo o da mãe de Duarte. Tem outros
capítulos que aparentemente não acrescentam nada à narrativa, mas que dão gozo ler imaginando o prazer que deram a escrever.
“O teu rosto será o último” é um
dos livros que mais gostei de ler nos últimos tempos.
Uma campanha de marketing muito
bem feita, a unanimidade dos críticos sobre a qualidade da obra, o destaque permanente
na feira do livro, e temos um sucesso literário escrito por um engenheiro
desempregado.
Na feira, ao pedir um autógrafo,
perguntei ao João Ricardo Pedro como tinha surgido a história: se já a tinha na
cabeça, ou se foi sendo feita à medida que escrevia. Disse que foi esta última,
e com tempo.
A teia ficou muito bem urdida.
Como ele dizia ao autografar o
livro, “espero que goste”.
Eu gostei muito!
Entrevista do autor aqui.
1 comentário:
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